Beatriz Moreira de Oliveira
Minha experiência com a leitura e escrita, se deu desde muito cedo (na
infância), lembro-me de meu avô trazendo livrinhos e disquinhos que ouvíamos e
líamos as historinhas, que algumas me lembro até hoje e às vezes conto para
meus alunos, meus pais não tinham muito estudo, mas isso não foi um problema,
pois meu pai tinha uma ótima imaginação e disposição para também inventar
histórias e entreter-me. Eu gostava muito de escrever nas paredes, ensinava os
menores, acho que por isso sou professora. Sempre gostei de frequentar
bibliotecas e comprar livros, quando fiz faculdade a bibliotecária sempre
guardava livros para mim, particularmente, considero que as leituras que fiz
contribuíram grandemente para minha formação como ser humano, inevitavelmente
somos influenciados pela leitura e pelas escolhas que fazemos em relação a
isso. Adquiri certa agilidade em relação à leitura e consequentemente em
relação à escrita. Foi no decorrer dos anos ao adquirir mais experiências
com os diversos gêneros da leitura e da escrita que percebi que a prática da
leitura não corresponde a uma simples decodificação de símbolos e sim ter a
capacidade de entender, compreender e interpretar aquilo que eu estava lendo.
Nos dias de hoje, com a grande acessibilidade a tecnologia, é necessários usar
as ferramentas que incentivem o gosto pela leitura, principalmente nossos
alunos, por temas que façam a diferença, fazendo das letras uma arma no intuito
de formar verdadeiros cidadãos. O que me marcou com a leitura, pois leio muito
foi o fato de meus pais depois de 68 anos retornarem a sala de aula voltando a
estudar tendo a mim como exemplo.
Carliane Barbosa Manso
Não sei dizer exatamente com
quantos anos comecei a ler, minha amada vó sempre fala que fui precoce, aliás,
depois vou interrogá-la sobre a questão da idade. Recordo-me apenas que logo
que comecei a ir para a escola já aprendi a ler, e então comecei a ler tudo,
placas, outdoor, jornais, revistas, etc. O que mais me marcou nessa época foi o
orgulho que transbordava dos olhos de minha vó a me ver lendo, minha vó não
teve oportunidade de estudar, lê muito pouco e mal sabe escrever seu nome
direito. Fora ela a minha grande incentivadora, acho que acabei gostando tanto
de ler por saber que isso a fazia feliz. Mas o papel de minha professora de
alfabetização foram importantíssima também, ela e o marido dela, que também era
professor e por coincidência meus vizinhos, emprestavam-me Gibis e livros
infantis para me incentivar a ler.
Cilene Silva Santana
OBS.: Aqui quando cito leitura por prazer é mais no
caráter entretenimento.
Cilene Silva Santana
A descoberta de outros mundos chegou tarde para mim. Neta de
retirantes do Nordeste, filha de mãe solteira, porém responsável por sustentar
uma família grande pelo fato de ser a primeira a ter filho sem pai. Não que
isso seja motivo para não ler, o problema é que não fazia parte da cultura de
analfabetos terem livros em casa. Meu primeiro contato com a escrita foi meu
tio, seis anos mais velho que eu, quem me ensinou escrever o meu nome, porém
não a ler. Acredito minha avó desconhecia o que era a pré-escola, dizia que não
iria gastar o que não tinha com uniforme para eu ir brincar na escola, então só
fui com sete anos para a primeira série. Adquiri catapora e fiquei internada,
não avisaram na escola por serem desinformados da lei então quando foram na
escola era tarde e havia ficado retida. Nas séries seguintes não acrescentaram
muito no meu conhecimento, pois lembro que eu gaguejava muito para ler, os
colegas riam, então recusava a ler em voz alta na sala, gaguejava e não
entendia o que lia. Muito marcante mesmo foi quando fui a casa da cunhado do
meu tio, mais velho, a filha dele(minha prima) estava escutando na vitrola a
história dos três porquinhos, eu aos 11 anos nunca tinha escutado uma historia
infantil. Na escola tudo era decorado e descontextualizado, não inferia a
reflexão. Na adolescência lembro-me de ler a revista Teen, Capricho e escrever
no meu diário, mas livro mesmo foi só no colegial, hoje Ensino Médio. O
primeiro livro que li foi “Amar é assim” de Carol Hill, “Do outro Lado da Meia
Noite“ de Sidney Sheldon, “Ciúme da Morte” de L. Romanowski, “Diário de um
Mago” de Paulo Coelho, “Rota 66” de Caco Barcelos, mas Literatura clássica o
meu primeiro contato foi desastroso, acredito que faltou preparação tanto com
as inferências quanto com o contexto histórico da época que a obra foi escrita.
A paixão só chegou na primeira graduação, a professora falava e seus olhos
brilhavam, transmitia o amor da história, dos personagens, dos conflitos e só
assim descobri que nunca havia lido antes nada que ofuscasse tamanho
sentimento. Então, comecei a ler os clássicos, ler não devorar como no
depoimento de Rubens Alves in Na morada dos pássaros, descobri o verdadeiro
mundo da leitura, o poder de viajar, conhecer os personagens e viver seus
sentimentos, conversar com Machado de Assis em suas indagações, ser cúmplice de
Bentinho ou ter ódio de seus fantasmas. Adorei Casa de Pensão, O primo Basílio,
O crime do Padre Amaro, Madame Bovary, Tristão e Isolda, Rei Édipo, Senhora, O
Banquete, Lisístrata e outros que agora não me lembro. Assim também comecei aos
poucos começar a conhecer o que era a escrita.
Gosto de ler de tudo um pouco, confesso que ando sem tempo
para ler por prazer, seja os 50 tons de qualquer coisa, nas férias, fiz a
releitura da “Língua de Eulália” e “Metamorfose”, li “Memórias de minhas putas
tristes”. A lista de livros para leitura por prazer aumenta tanto quanto as
recomendadas para o magistério, uma atualização profissional. A medida que for
conveniente vou dosando prazer e atualizar, afinal nem tudo é só trabalho.
Meninas nosso blog ficou muito legal . Os depoimentos ficaram muito show.
ResponderExcluirParabéns pelo empenho e dedicação!!!
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