sexta-feira, 28 de junho de 2013

Sequência Didática - Crônica

Plano de Aula
Situação de Aprendizagem: Conto - narrativa.
Texto: “Pausa”, Moacyr Scliar.
 Carliane Barbosa Manso
Objetivos Gerais:
Espera-se que o aluno possa desenvolver a competência leitora e escritora, as habilidades através do reconhecimento das características do gênero “Conto”, ouvir textos narrativos, produzir contos, reconhecimento dos elementos da narrativa: tema, personagens, ação principal, espaço e tempo, narrativa em primeira ou terceira pessoa, e a estrutura do texto; explorar, desenvolver e ampliar capacidades de leitura.
Objetivos Específicos:
  • Trabalhar conceitos gramaticais;
  • Desenvolver a capacidade de analise das características da tipologia narrativa;
  • Aumentar a habilidade opinativa;
  • Desenvolver a habilidade de escrita de textos do gênero conto;
  • Analisar e identificar o gênero conto;
  • Interpretar e verificar os vários recursos utilizados pelo autor Moacyr Scliar;
  • Identificar aspectos e características do gênero;
  • Caracterizar o narrador do conto.
Público – Alvo: 7º e 8º  Ano.
Conteúdos:
  • Elementos da narrativa;
  • Leitura de narrativas;
  • Características do conto.
Tempo Previsto: 6 aulas.
Competências e Habilidades:
Entender os elementos da narrativa, reconhecer elementos da narrativa, analisar características do conto e desenvolver competência leitora.
Estratégias:
  1. Dividir a classe em grupos e distribuir copia do conto para os grupos;
  2. Leitura feita entre os grupos e leitura em voz alta feita pelo professor, para melhor entendimento do texto;
  3. Localização de informações:
  • Título, autor, personagens, tempo, espaço, etc.
  • Análise do título;
  • Motivo que leva o personagem a sair todos os domingos de casa;
  • Mudança de nome (pseudônimo);
  • Análise de personagens;
  • Identificar as personagens;
  • Uso do dicionário;
  1. Comparação de informações – sondagem oral;
  2. Percepção das relações de intertextualidade;
  3.  Percepção de outras linguagens;
  4.  Elaboração de apreciações estéticas e/ou afetivas;
  5. Elaboração de apreciações relativas a valores éticos e ou/políticos.
Recursos Utilizados:
Copias do texto;
Sala de multimídia, Datashow e computador ou sala de vídeo;
Avaliação:
Leitura e análise do conto, usando questões que contemplem as estratégias de leitura; produção de contos.
Fonte (Recursos):
Pausa para ler, vídeo de incentivo a leitura:
Uma leitura psicanalítica do personagem Samuel no conto Pausa de Moacyr Scliar – texto de apoio didático:
Vídeo – Biografia de Moacyr Scliar – programa “Espaço aberto”:
Clip/música – Epitáfio (Titãs):
http://www.youtube.com/watch?v=JdwSveD0m_o

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Sequência Didática - Crônica


Plano de aula

Objetivos: Que o aluno consiga reconhecer o gênero, tipologia e a qual esfera social pertence, através das estruturas composicionais.

Objeto de aprendizagem: Texto "Pausa" de Moacir Scliar e vídeo "Vida Maria", é um projeto premiado no "3º Prêmio Ceará de Cinema e Vídeo", realizado pelo Governo do Estado do Ceará. O curta ilustra o Processo de identidade, ensinado no curso Professional & Self Coach, PSC. disponível em : http://www.youtube.com/watch?v=C-pCYuNeG-k


Conteúdo: gênero crônica, tipologia narrativa

Tempo estimado de 8 à 10 aulas.

1º Momento:

Apresentação do curta, vídeo, de 8 minutos. 



Após assistirem o vídeo, fazer a provocação através das questões que façam inferirem com as características da narrativa:


  • Quem eram as pessoas do vídeo?
  • Qual o local e como era o local que se passava a cena?
  • Quando?
  • Como começa o que acontece e como termina?


       Atividade Oral: Conte a história de duas maneiras: (intenção de perceberem o foco narrativo)
  1.  Você sendo um dos personagens;
  2.  Você sendo o observador (fofoqueiro).
2º Momento:

Pedir para formarem grupos;

Distribuir o texto “Pausa” de Moacyr Scliar em seguida:


Fonte de imagem arquivo pessoal de viagem a Jericoacoara - CE
.
1ª leitura feita pelo professor.
PAUSA

Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para o banheiro. Fez a barba e lavou-se. Vestiu-se rapidamente e sem ruído. Estava na cozinha, preparando sanduíches, quando a mulher apareceu, bocejando:
            —Vais sair de novo, Samuel?
Fez que sim com a cabeça. Embora jovem, tinha a fronte calva; mas as sobrancelhas eram espessas, a barba, embora recém-feita, deixava ainda no rosto uma sombra azulada. O conjunto era uma máscara escura.
            —Todos os domingos tu sais cedo – observou a mulher com azedume na voz.
            —Temos muito trabalho no escritório – disse o marido, secamente.
Ela olhou os sanduíches:
            —Por que não vens almoçar?
            —Já te disse: muito trabalho. Não há tempo. Levo um lanche.
A mulher coçava a axila esquerda. Antes que voltasse a carga, Samuel pegou o chapéu:
            —Volto de noite.
As ruas ainda estavam úmidas de cerração. Samuel tirou o carro da garagem. Guiava vagarosamente, ao longo do cais, olhando os guindastes, as barcaças atracadas.
Estacionou o carro numa travessa quieta. Com o pacote de sanduíches debaixo do braço, caminhou apressadamente duas quadras. Deteve-se ao chegar a um hotel pequeno e sujo. Olhou para os lados e entrou furtivamente. Bateu com as chaves do carro no balcão, acordando um homenzinho que dormia sentado numa poltrona rasgada. Era o gerente. Esfregando os olhos, pôs-se de pé:
            —Ah! Seu Isidoro! Chegou mais cedo hoje. Friozinho bom este, não é? A gente...
            —Estou com pressa, seu Raul – atalhou Samuel.
            — Está bem, não vou atrapalhar. O de sempre - Estendeu a chave.
Samuel subiu quatro lanços de uma escada vacilante. Ao chegar ao último andar, duas mulheres gordas, de chambre floreado, olharam-no com curiosidade:
            —Aqui, meu bem! – uma gritou, e riu: um cacarejo curto.
Ofegante, Samuel entrou no quarto e fechou a porta a chave. Era um aposento pequeno: uma cama de casal, um guarda-roupa de pinho: a um canto, uma bacia cheia d’água, sobre um tripé. Samuel correu as cortinas esfarrapadas, tirou do bolso um despertador de viagem, deu corda e colocou-o na mesinha de cabeceira.
Puxou a colcha e examinou os lençóis com o cenho franzido; com um suspiro, tirou o casaco e os sapatos, afrouxou a gravata. Sentado na cama, comeu vorazmente quatro sanduíches. Limpou os dedos no papel de embrulho, deitou-se fechou os olhos.
Dormir.
Em pouco, dormia. Lá embaixo, a cidade começava a move-se: os automóveis buzinando, os jornaleiros gritando, os sons longínquos.
Um raio de sol filtrou-se pela cortina, estampou um círculo luminoso no chão carcomido. 
Samuel dormia; sonhava. Nu, corria por uma planície imensa, perseguido por um índio montado o cavalo. No quarto abafado ressoava o galope. No planalto da testa, nas colinas do ventre, no vale entre as pernas, corriam. Samuel mexia-se e resmungava. Às duas e meia da tarde sentiu uma dor lancinante nas costas. Sentou-se na cama, os olhos esbugalhados: o índio acabava de trespassá-lo com a lança. Esvaindo-se em sangue, molhando de suor, Samuel tombou lentamente; ouviu o apito soturno de um vapor. Depois, silêncio.

Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para a bacia, levou-se. Vestiu-se rapidamente e saiu.
Sentado numa poltrona, o gerente lia uma revista.
            — Já vai, seu Isidoro?
            —Já – disse Samuel, entregando a chave. Pagou, conferiu o troco em silêncio.
            —Até domingo que vem, seu Isidoro – disse o gerente.
            —Não sei se virei – respondeu Samuel, olhando pela porta; a noite caia.
            —O senhor diz isto, mas volta sempre – observou o homem, rindo.
Samuel saiu.
Ao longo dos cais, guiava lentamente. Parou um instante, ficou olhando os guindastes recortados contra o céu avermelhado. Depois, seguiu. Para casa. 

(in: Alfredo Bosi, org. O conto brasileiro contemporâneo. São Paulo: Cultrix, 1977. p. 275)


2ª leitura compartilhada pelo grupo, mas agora será encenado pelos alunos conforme os turnos dos personagens e o narrador.

        O professor irá explanar com as questões nas quais os alunos se identificarem nos seus papeis na leitura, inferindo as características da tipologia narrativa.
        Após esse momento, o professor criará um clima de comentários da seguinte forma:
Levará uma caixa, pedirá que os alunos sem se identifiquem, anotarão no papel que semelhanças e diferenças encontraram nos objetos de aprendizagem, ou seja, do curta e do texto lido.
        Pedirá que alguém se candidate a lê-los e paralelamente o professor anotará na lousa em sua respectiva coluna. Apresentará assim as características da crônica, finalizando com a questão “onde, quando e onde isso acontece?”. Mediando assim que cheguem a resposta que isso acontece em nosso cotidiano, ou seja, são relatos de acontecimentos comuns de nossos dias.
        Em grupos farão uma apresentação seja oral (encenação ou leitura) ou escrito (deixar livre escolha neste momento).
        Ao final das apresentações iniciais do gênero, a sala escolherá a melhor apresentação com premiação à negociação.
3º Momento:
Ao encerrar a aula das apresentações, o professor pedirá que façam uma crônica escrita e que utilizem tudo que aprenderam nas etapas e entreguem na próxima aula.
4º Momento:
Este momento estará direcionado à entrega dos trabalhos somente lido, porém o professor já tenha feito o registro dos avanços alcançados, mas não para os respectivos autores e sim para os colegas (troca), para exercerem o papel social de leitor e crítico, em seguida a leitura em voz alta falará se a crônica produzida correspondeu às características levantadas nas aulas anteriores e após o término das leituras o autor será questionado se concorda e que outro ajuste se faz necessário.
        O professor recolherá a produção e pedirá que o aluno refaça a produção, a qual se dará de memória e não de cópia que valerá também como complemento da avaliação. Após a leitura do professor desta última produção o professor devolverá as duas produções para que os alunos possam confrontá-las e reflitam se melhoram e onde precisam retomar as características do gênero estudado.

Sequências Didáticas - CRÔNICA

Situação de Aprendizagem

Texto - O avestruz 

Fonte da imagem: www.papaleguaslanche.blogspot.com

Gênero " Crônica Narrativa" - Elementos da Narrativa - Interpretação/Compreensão Textual

Nesta Situação de Aprendizagem serão apresentados aos alunos o gênero textual “crônica” e suas principais características; além disso, serão retomados os elementos da narrativa, no entanto, o foco estará na percepção do foco narrativo e na compreensão/interpretação do texto pelos alunos. Espera-se que, ao final das atividades propostas, o aluno seja capaz de reconhecer o gênero em estudo, a narrativa com foco na 1ª. pessoa e que tenha compreendido o texto como um todo significativo.

Ano: 8º. Ano do Ensino Fundamental.
Tempo previsto: 06 aulas.
Conteúdos: conceito de crônica; retomada dos elementos da narrativa (com ênfase no foco narrativo); leitura do texto “Avestruz”, de Mario Prata; roteiro de perguntas e produção escrita.
Competências e habilidades: conhecer o gênero “crônica narrativa”, identificar os elementos narrativos (ênfase no foco narrativo); interpretar um texto pertencente ao gênero em estudo.
Estratégias: estudo do gênero e dos elementos da narrativa; leitura e interpretação do texto “Avestruz”; discussão com os alunos fazendo as devidas intervenções.
Recursos: Cópia do texto; uso de datashow para reprodução dos slides com o conteúdo das aulas e uso da sala de informática.
Avaliação: produção de um questionário e debate em sala.
           
1º Passo: o professor apresenta aos alunos o plano de aula contendo o tema (assunto) a ser trabalhado durante a semana, os respectivos objetivos e o que será avaliado.

2º. Passo: para trabalhar o conceito de crônica, o professor, após pesquisa, entrega para os alunos (em grupos) exemplares de jornais e revistas e, em seguida, direciona os alunos para a leitura de um determinado texto, ou seja, uma crônica. Nessa etapa, o grupo pode eleger um representante, que, após a leitura com os colegas do grupo, lerá o texto para toda a sala. Espera-se com isso que os alunos obtenham as primeiras impressões a respeito do gênero textual em estudo. Durante a leitura, o professor pode fazer intervenções apontando os aspectos que julgar importante para as etapas seguintes. Por exemplo: O que os textos têm em comum? Trata-se de textos longos ou curtos? Eles são parecidos com outros gêneros textuais? E quanto à estrutura?...      

3º. Passo: apresentação do conceito de crônica e focalização dos aspectos presentes nos textos lidos de acordo com a definição adotada e os textos pré-selecionados pelo professor.

O que é Crônica:
Crônica é uma narrativa histórica que expõe os fatos seguindo uma ordem cronológica. A palavra crônica deriva do grego "chronos" que significa "tempo". Nos jornais e revistas, a crônica é uma narração curta escrita pelo mesmo autor e publicada em uma seção habitual do periódico, na qual são relatados fatos do cotidiano e outros assuntos relacionados à arte, ao esporte, à ciência, etc.
Os cronistas procuram descrever os eventos relatados na crônica de acordo com a sua própria visão crítica dos fatos, muitas vezes através de frases dirigidas ao leitor, como se estivesse estabelecendo um diálogo. Alguns tipos de crônicas são a jornalística, humorística, histórica, descritiva, narrativa, dissertativa, poética e lírica.
Disponível em: < http://www.significados.com.br/cronica/>, acesso em 29 de abril de 2013.

4º. Passo: após esclarecer as possíveis dúvidas dos alunos, o professor propõe a leitura da crônica Avestruz do autor Mário Prata. No entanto, antes da leitura, o professor fala um pouco sobre a vida e obra do autor a fim de despertar nos alunos o interesse por outros textos e obras do autor em questão. O professor propõe que a primeira leitura seja individual e pede aos alunos para lerem quantas vezes acharem necessárias e pede, também, para que os mesmos registrem, caso seja necessário, os vocábulos e expressões não conhecidas.

5º. Passo: neste momento, o professor retoma o conceito de gênero e propõe aos alunos uma atividade de revisão dos elementos da narrativa, estudados em anos anteriores, porém presentes no texto lido. Para isso, o professor, a partir de um modelo explicativo, solicita aos alunos que preencham um quadro de informações que deverá ser corrigido e discutido em seguida.

Aspecto
História analisada
Foco narrativo
1ª. ou 3ª. pessoa?
Personagem
Quais são?
Enredo
Quais os principais acontecimentos da história, na sequência em que são apresentados?
Tempo
Quanto tempo a história parece apresentar? Há marcas da passagem do tempo no texto? Quais?
Espaço
O que sabemos sobre os espaços em que as personagens vivem as ações?

6º. Passo: após a correção/discussão da atividade anterior, o professor retoma a leitura do texto fazendo ele mesmo essa leitura. O objetivo agora é fazer com que os alunos percebam cada detalhe do texto (pontuação, entonação, sequência da narrativa...). Ao término da leitura, o professor procura, por meio de perguntas, ativar o conhecimento de mundo dos alunos fazendo perguntas como: Quem já viu um avestruz? Como ele é? Quem sabe como são seus hábitos? etc.

7º. Passo: O professor apresenta para os alunos um questionário com perguntas relacionadas ao texto. O objetivo aqui é fazer uma interpretação dos acontecimentos narrados e de seus personagens. Dessa forma perguntas como: Por que o garoto queria uma avestruz? Onde viviam as personagens da história? O que eles eram? etc. são necessárias para o objetivo proposto.

8º. Depois de explorar tais aspectos, o professor deve aprofundar os estudos na compreensão do texto. Percebe-se em sua construção que o autor faz uso da descrição e do humor para caracterizar a avestruz. Assim, o professor pode explorar a maneira como o autor descreveu o animal, quais as comparações feitas e se são os não verdadeiras, se são possíveis ou não. Seria interessante propor aos alunos uma pesquisa a respeito desse animal e seus hábitos.

9º. Em seguida, o professor pode explorar com os alunos por que o autor usou os termos “menopausa”, “TPM” e “gigolô” no texto. Uma vez que tais palavras causarão certa curiosidade aos alunos. É interessante fazer com que eles discutam e cheguem a uma ou mais conclusões. No entanto, o professor deve estar atento no direcionamento da discussão. Além dos termos mencionados, seria interessante perguntar aos alunos o porquê de o menino gostar e querer criar em casa animais tão distantes da realidade urbana? A produção de hipóteses expande as possibilidades de interpretação, o que torna o texto mais rico.

10. Por fim, o professor pede aos alunos que produzam um pequeno texto apontando seus comentários pessoais, impressões, expectativas e outras possibilidades de finalização para a história

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Depoimento de leitura e escrita

Beatriz Moreira de Oliveira


Minha experiência com a leitura e escrita, se deu desde muito cedo (na infância), lembro-me de meu avô trazendo livrinhos e disquinhos que ouvíamos e líamos as historinhas, que algumas me lembro até hoje e às vezes conto para meus alunos, meus pais não tinham muito estudo, mas isso não foi um problema, pois meu pai tinha uma ótima imaginação e disposição para também inventar histórias e entreter-me. Eu gostava muito de escrever nas paredes, ensinava os menores, acho que por isso sou professora. Sempre gostei de frequentar bibliotecas e comprar livros, quando fiz faculdade a bibliotecária sempre guardava livros para mim, particularmente, considero que as leituras que fiz contribuíram grandemente para minha formação como ser humano, inevitavelmente somos influenciados pela leitura e pelas escolhas que fazemos em relação a isso. Adquiri certa agilidade em relação à leitura e consequentemente em relação à escrita.  Foi no decorrer dos anos ao adquirir mais experiências com os diversos gêneros da leitura e da escrita que percebi que a prática da leitura não corresponde a uma simples decodificação de símbolos e sim ter a capacidade de entender, compreender e interpretar aquilo que eu estava lendo. Nos dias de hoje, com a grande acessibilidade a tecnologia, é necessários usar as ferramentas que incentivem o gosto pela leitura, principalmente nossos alunos, por temas que façam a diferença, fazendo das letras uma arma no intuito de formar verdadeiros cidadãos. O que me marcou com a leitura, pois leio muito foi o fato de meus pais depois de 68 anos retornarem a sala de aula voltando a estudar tendo a mim como exemplo. 




Carliane Barbosa Manso 


Não sei dizer exatamente com quantos anos comecei a ler, minha amada vó sempre fala que fui precoce, aliás, depois vou interrogá-la sobre a questão da idade. Recordo-me apenas que logo que comecei a ir para a escola já aprendi a ler, e então comecei a ler tudo, placas, outdoor, jornais, revistas, etc. O que mais me marcou nessa época foi o orgulho que transbordava dos olhos de minha vó a me ver lendo, minha vó não teve oportunidade de estudar, lê muito pouco e mal sabe escrever seu nome direito. Fora ela a minha grande incentivadora, acho que acabei gostando tanto de ler por saber que isso a fazia feliz. Mas o papel de minha professora de alfabetização foram importantíssima também, ela e o marido dela, que também era professor e por coincidência meus vizinhos, emprestavam-me Gibis e livros infantis para me incentivar a ler.



Cilene Silva Santana


A descoberta de outros mundos chegou tarde para mim. Neta de retirantes do Nordeste, filha de mãe solteira, porém responsável por sustentar uma família grande pelo fato de ser a primeira a ter filho sem pai. Não que isso seja motivo para não ler, o problema é que não fazia parte da cultura de analfabetos terem livros em casa. Meu primeiro contato com a escrita foi meu tio, seis anos mais velho que eu, quem me ensinou escrever o meu nome, porém não a ler. Acredito minha avó desconhecia o que era a pré-escola, dizia que não iria gastar o que não tinha com uniforme para eu ir brincar na escola, então só fui com sete anos para a primeira série. Adquiri catapora e fiquei internada, não avisaram na escola por serem desinformados da lei então quando foram na escola era tarde e havia ficado retida. Nas séries seguintes não acrescentaram muito no meu conhecimento, pois lembro que eu gaguejava muito para ler, os colegas riam, então recusava a ler em voz alta na sala, gaguejava e não entendia o que lia. Muito marcante mesmo foi quando fui a casa da cunhado do meu tio, mais velho, a filha dele(minha prima) estava escutando na vitrola a história dos três porquinhos, eu aos 11 anos nunca tinha escutado uma historia infantil. Na escola tudo era decorado e descontextualizado, não inferia a reflexão. Na adolescência lembro-me de ler a revista Teen, Capricho e escrever no meu diário, mas livro mesmo foi só no colegial, hoje Ensino Médio. O primeiro livro que li foi “Amar é assim” de Carol Hill, “Do outro Lado da Meia Noite“ de Sidney Sheldon, “Ciúme da Morte” de L. Romanowski, “Diário de um Mago” de Paulo Coelho, “Rota 66” de Caco Barcelos, mas Literatura clássica o meu primeiro contato foi desastroso, acredito que faltou preparação tanto com as inferências quanto com o contexto histórico da época que a obra foi escrita. A paixão só chegou na primeira graduação, a professora falava e seus olhos brilhavam, transmitia o amor da história, dos personagens, dos conflitos e só assim descobri que nunca havia lido antes nada que ofuscasse tamanho sentimento. Então, comecei a ler os clássicos, ler não devorar como no depoimento de Rubens Alves in Na morada dos pássaros, descobri o verdadeiro mundo da leitura, o poder de viajar, conhecer os personagens e viver seus sentimentos, conversar com Machado de Assis em suas indagações, ser cúmplice de Bentinho ou ter ódio de seus fantasmas. Adorei Casa de Pensão, O primo Basílio, O crime do Padre Amaro, Madame Bovary, Tristão e Isolda, Rei Édipo, Senhora, O Banquete, Lisístrata e outros que agora não me lembro. Assim também comecei aos poucos começar a conhecer o que era a escrita.
Gosto de ler de tudo um pouco, confesso que ando sem tempo para ler por prazer, seja os 50 tons de qualquer coisa, nas férias, fiz a releitura da “Língua de Eulália” e “Metamorfose”, li “Memórias de minhas putas tristes”. A lista de livros para leitura por prazer aumenta tanto quanto as recomendadas para o magistério, uma atualização profissional. A medida que for conveniente vou dosando prazer e atualizar, afinal nem tudo é só trabalho.
OBS.: Aqui quando cito leitura por prazer é mais no caráter entretenimento.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Perfil dos participantes do grupo 1

Curso - 1ª edição 2013 - Turma 99
Melhor Gestão, Melhor Ensino - 
Formação de Professores de Língua Portuguesa

Participantes 


1 - Adriana Gonçalves Neves 


2 - Beatriz Moreira de Oliveira

Sou Beatriz, estou no magistério há 25 anos, estes dedicados a escolas estaduais e iniciativa privada. No meu caminho profissional aprendi muito em cursos e vivências com colegas que me trouxeram grande aprendizado. Amo de paixão minha família e faço tudo por ela. O dia a dia é muito estressante e me refaço em minha casa reestabelecendo e equilibrando a energia, pois se não estou bem nada a meu redor estará também. Sou divertida e faço com que minha vida seja assim também. Viver é muito bom e passar isso as pessoas é melhor ainda. 



3 - Cilene Silva Santana


Sou Cilene, 40tona, leciono apenas há 5 anos, após um período de 12 anos longe do magistério, hoje me divido lecionando na prefeitura de SP e no Estado (escola de Guarulhos). Estou feliz e agradeço pela oportunidade, está sendo de grande valia para o meu crescimento. Adoro educar e estudar. Amo minha família e prezo pela estrutura familiar e isto só é possível com muito amor e fé em Deus. Sou extrovertida. Acredito que este curso proporcionou e continuará, através dos desafios, mesmo quando acho que não posso mais (Willian Shakespeare- Um dia você aprende), mostrar que sou capaz. Rumo à linha de chegada, folego, sorte para nós! 


4 - Carliane Barbosa Manso

Olá, meu nome é Carliane Manso, mas sou conhecida pelos meus colegas e alunos como Professora Nani, um apelido de infância que virou um pseudônimo de profissão. Tenho 30 anos, 10 só de magistério, somados ai entre anos de aulas voluntárias em cursinhos, em colégio particular e atualmente dedico-me somente ao ensino público, aliás, todos esses anos eu leciono em escola pública, mais especificamente na Escola Prof.ª Maria Aparecida Rodrigues, em Guarulhos. 




5 - Claudineide Batista dos Santos

Sou conhecida como Cláudia. Sou Professora de Língua Portuguesa e Filosofia. Tenho 35 anos, estou muito confiante com essa etapa do curso.